Praticidade é o que mais se busca atualmente. Com a correria do dia a dia as pessoas têm cada vez menos tempo para se dedicar a processos complexos e extensos, por isso, a maioria abre mão de uma alimentação mais elaborada e opta por um cardápio mais fácil e rápido, não é à toa que as redes de fast food fazem tanto sucesso. O grande problema é que dessa forma uma alimentação balanceada, com os nutrientes necessários para manter o corpo saudável e funcionando corretamente, também acaba ficando de lado. Porém, o que muitos ainda não sabem é que é possível unir praticidade e saúde graças à ingredientes naturais que podem fazer toda a diferença na mesa, como é o caso da chia, uma semente que vem ganhando espaço no cardápio de quem é adepto a hábitos saudáveis e busca melhorar a qualidade vida.
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ToggleO que faz da chia um superalimento?
Repleta de benefícios, a semente da planta Salvia Hispanica, uma espécie nativa da região da Guatemala, no México, já foi usada para sustentar grandes guerreiros durante suas longas viagens. De acordo com a lenda, eles acreditavam que o alimento poderia conferir mais força e resistência, sustentando-os por até um dia inteiro. E eles não estavam errados: o poder da chia já é comprovado cientificamente e o melhor de tudo é que seu consumo não poderia ser mais rápido e prático, se encaixando perfeitamente às mais diversas rotinas e agregando mais saúde para quem a consome.
Alto valor nutricional
Segundo o nutricionista Willian Reis, a chia é considerada um superalimento porque contém ácidos graxos poli-insaturados essenciais, fibras, proteínas completas e muitos outros nutrientes fundamentais para nosso organismo: “Ela é um dos poucos vegetais a oferecer um valor nutricional tão alto. A semente é rica em antioxidantes, ômega 3, vitaminas, minerais como magnésio e potássio, ou seja, consumi-la significa ingerir uma variedade de nutrientes que trazem benefícios que vão desde regular as taxas do colesterol ruim até fortalecer o sistema imunológico”.
Segundo a profissional da Nature Center, na composição da chia encontramos três vezes mais fósforo do que no espinafre e também o dobro do magnésio do que está presente em castanhas e nozes. A semente ainda é uma das mais ricas fontes, já conhecidas, de ômega 3, superando, até mesmo, a linhaça e o salmão, que são referências nesse quesito. Guerreiro também ressalta que quem necessita de cálcio também pode recorrer ao consumo da semente, já que ela possui uma concentração do mineral cinco vezes maior do que a encontrada no leite de vaca: “É uma ótima opção para os intolerantes a lactose, que podem adicioná-la à dieta para complementar o aporte do nutriente”. Além disso, a especialista acrescenta que a chia também é uma fonte completa de proteínas, capaz de fornecer todos os aminoácidos essenciais que precisamos.
“E ainda precisamos falar das fibras alimentares, pois a alta concentração delas coloca a chia entre os melhores alimentos funcionais aliados do emagrecimento e da boa digestão. Além, é claro, dos antioxidantes. A semente conta com componentes poderosos como o flavonoide kaempferol e os ácidos cafeico e clorogênico, que neutralizam a ação dos radicais livres em excesso, impedindo a oxidação das células saudáveis e ainda evitam o envelhecimento precoce” – explica a especialista.
Conheça os principais benefícios da semente
A nutricionista afirma que o consumo regular de chia pode ser benéfico à saúde em diversos aspectos, entre eles, os principais são:
Controle da diabetes: devido ao elevado teor de fibras, a chia é capaz de aumentar o tempo de liberação da glicose na corrente sanguínea, fazendo com que o hormônio da insulina, necessário para transportá-la até as células, também seja liberado em pequenas doses, o que evita o aumento rápido da glicemia, por isso está relacionada à prevenção do diabetes tipo 2;
Reduz o risco de doenças cardiovasculares: patologias como infarto, derrame e hipertensão podem ser prevenidas graças ao consumo regular de chia, isso porque, a semente possui grandes quantidades de ômega 3, capaz de reduzir a inflamação no sistema cardiovascular e aumentar a fluidez sanguínea, evitando o desenvolvimento dessas e outras doenças como a pressão alta. Além disso, esse ácido graxo também reduz a formação de coágulos sanguíneos e arritmias;
Regula o colesterol: cerca de 77% da gordura presente na semente é formado por ácidos graxos de ômega 3 e ômega 6 e uma de suas principais funções dessas gorduras é reduzir o colesterol ruim (LDL) e aumentar o colesterol bom (HDL), e esse efeito ainda é potencializado graças as suas fibras, que atuam na diminuição da concentração dos lipídios no sangue;
Fortalece o sistema imunológico: A chia é capaz de reforçar nossas defesas, prevenindo contra doenças como gripes, resfriados e processos infecciosos, graças aos minerais presentes em sua composição, como o selênio e zinco, que auxiliam o sistema imunológico;
Melhora a saúde intestinal: As fibras encontradas na chia melhoram a digestão e o transito intestinal, elas são capazes de aumentar os movimentos intestinais, evitando a prisão de ventre, por exemplo, mas é importante lembrar que, quando se aumenta o consumo de fibras, o aporte de água deve ser dobrado também, para que não ocorra um efeito contrário;
Aliada da beleza: em sua composição nutricional, a chia apresenta vitamina A, um nutriente que além de atuar como antioxidante, também contribui para a saúde da pele, reduzindo acnes e prevenindo o ressecamento. A vitamina B2, encontrada na semente, também é muito importante na saúde da pele, unhas e cabelos. Além disso, estudos recentes já relacionam o efeito do ômega 3 – abundante na chia – ao combate à celulite, que nada mais é do que um processo inflamatório do organismo.
A capacidade de potencializar o emagrecimento
A chia já foi descoberta há centenas de anos atrás e seus benefícios para a saúde são conhecidos desde então, mas sua fama notória só foi conquistada recentemente, graças à sua atuação sobre a dieta, pois a semente é uma poderosa aliada da perda de peso e boa forma. Embora ela seja considerada calórica, a nutricionista afirma que, no processo de emagrecimento, quem dita as regras é o valor nutricional: “Caloria não é tudo, especialmente no caso da chia, pois ela é um ingrediente que não é composto por calorias vazias, pelo contrário, a semente é muito rica do ponto de vista nutricional. Ela ainda tem um efeito mucilaginoso, que é capaz de absorver e reter uma grande quantidade de água, formando um gel que ocupa um bom espaço no estômago e a digestão torna-se mais lenta, o que intensifica a sensação de saciedade e deixa o indivíduo satisfeito por mais tempo”.
Como consumir de forma correta
A semente de chia pode ser encontrada na forma de grão, farinha ou óleo, mas a versão mais difundida e comercializada é a primeira. Elas podem ser ingeridas hidratadas ou in natura, pois, o corpo humano pode digeri-las facilmente, ao contrário das sementes de linhaça, que precisam ser moídas. O uso da chia é muito versátil, devido ao seu sabor sutil, quase imperceptível, que não altera o gosto dos demais alimentos, por isso ela pode ser facilmente ingerida pura ou adicionada no iogurte, cereais, sucos, bolos, saladas e temperos. Outras receitas que podem incluir a semente de chia facilmente são pudins, pães, tortas, mousses, cremes, patês, risotos, farofa, saladas de frutas, sucos e vitaminas.
Sementes de chia têm longa validade e podem ser estocadas por anos. Se utilizadas em grãos, pode incrementar várias receitas e ter diversos usos na cozinha, podendo agir até como emulsificante, pois deixa os líquidos com consistência de gel e dá “liga” à massas. Sua versão moída serve, inclusive, para engrossar caldos. Para usar a chia com o propósito de reduzir o apetite basta colocar 1 colher de sopa das sementes em meia xícara de água (cerca de 250ml) e esperar pelo menos 20 minutos para que ela hidrate, após isso é só consumir antes das principais refeições.
O consumo recomendado é cerca de quatro colheres de sopa cheias por dia, isso já é suficiente para aproveitar os enormes benefícios. Vale lembrar que cada colher de sopa possui aproximadamente 75 calorias, portanto, não é necessário ultrapassar essa quantidade. Não existe registro de nenhuma contraindicação para o consumo, no entanto, vale lembrar que gestantes, nutrizes ou pessoas com a chamada “síndrome do intestino irritável”, devem ficar atentas com o consumo de sementes em geral e procurar sempre a opinião de um especialista.
Fonte: Nature Center